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“Esta feira era uma coisa sem explicação… havia gente a vender 10 a 20 juntas de gado”

Monção

“Esta feira era uma coisa sem explicação… havia gente a vender 10 a 20 juntas de gado”

Muito antes da Feira do Alvarinho, da Feira Agrícola de Segude e da Feira da Foda, o concelho de Monção granjeou fama com uma outra feira.

 

Chamava-se Feira do 27. Arrastava milhares de pessoas à freguesia de Ceivães.

 

Não era anual, como as primeiras três. Realizava-se mensalmente, sempre ao dia 27. Facto que lhe conferiu a designação de sempre.

 

“Esta era uma feira por onde passavam milhares de pessoas durante o dia. Era muita gente. Isto é apenas um gota de água comparada ao mar de gente que aqui andava”.

 

As palavras são de José Paçô, criador de gado e natural de Merufe que marcou presença na abertura de mais uma edição da Feira do 27, na freguesia de Ceivães, em Monção.

 

Com 75 anos, José Paçô recorda com muita nostalgia a década de 60 do século passado. Tempos em que a pecuária realmente dava dinheiro.

 

“Eu ajudava o meu pai. Fazíamos aqui muitos negócios”, lembrou. “Havia gente que chegava a vender 10 a 20 juntas de gado!”

 

Mas os tempos mudaram. José continua a ser um criador de gado. Vive da reforma e admite que o faz apenas por gosto.

 

“Só compensa a quem gosta de fazer o que faz. Se eu vivesse agora da agricultura, tinha de andar a roubar ou a pedir”, disse o criador.

 

“Isto é mais um passatempo”. Que nem sequer dá lucro. “Gasto dez e vou buscar cinco“, ilustrou.

 

Sobre a atual Feira do 27, José Paçô aplaude a iniciativa mas reitera que não há comparação possível ao que era a antiga Feira do 27.

 

“Era uma coisa sem explicação”, concluiu.

 

Feira do 27 acabou por extinguir-se em 1975. Ficou adormecida durante quatro décadas.

 

O certame foi recuperado em 2015, em modo remember.

 

Anualmente, a freguesia de Ceivães realiza a atual Feira do 27 com o objetivo de “revitalizar um certame com grande tradição de comercialização de gado que, tendo estado em pousio durante mais de quarenta anos, continua vivo na memória de gerações de monçanenses”.

 

Assim está a acontecer este fim de semana no lugar de Santo Amaro, naquela localidade.

 

 

 

Teresa Gonçalves: “Um evento cada vez mais próximo das pessoas”

A abrir a sessão de discursos, a Presidente da União de Freguesias de Ceivães e Badim, Teresa Gonçalves, manifestou o desejo de que “a Feira do 27 seja cada vez mais um evento mais próximo das pessoas, dando ainda mais relevo ao que é nosso e aos nossos produtores”.

 

Um certame que, realçou a autarca, pretende sobretudo valorizar “as gentes da nossa terra”.

 

 

 

Barbosa acredita que abertura do novo hotel 5 estrelas está para breve

Visivelmente satisfeito, o Presidente da Câmara Municipal de Monção, António Barbosa, não poupou nos elogios à União de Freguesias de Ceivães e Badim. Não só pelo desenvolvimento demonstrado nos setores vinícola e pecuário, mas também no setor turístico.

 

Recorde-se que é em Badim que irá abrir o novo hotel 5 estrelas. Será o primeiro do género no distrito. Está localizado na histórica Quinta da Proteleira.

 

Resulta de um investimento de cerca de 5 milhões de euros e vai adotar a insígnia Piamonte Hotels que detém o Ribeira Collection Hotel, em Arcos de Valdevez , uma unidade de charme que resultou da recuperação do centenário Hotel Ribeira.

 

Barbosa acredita que a abertura do novo espaço está para breve e que vai potencializar esta localidade de forma significativa.

 

“Que todos nós em conjunto continuemos a fazer aquilo que gostamos, que é afirmar o nosso território e a deixar marca pela nossa terra”, disse Barbosa.

 

 

O evento, à semelhança das edições anteriores, decorreu no lugar de Santo Amaro, em Ceivães.

 

Um certame de promoção de gado e comercialização de produtos e artigos regionais.

 

Vocacionado para a promoção e comercialização de gado, o recinto anima-se com a sonoridade tradicional dos bombos e concertinas, bem como a venda de produtos alimentares e artigos manufaturados da região.

 

Realizada no último fim de semana de agosto, a Feira do 27 é, também, palco de despedida de muitos emigrantes desta área geográfica do concelho. Após um período de férias na terra natal, regressam ao país de acolhimento.

 

 

 

[Fotografias capa: Rádio Ecos da Raia]

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